28 de abr. de 2010

halo de lua -
da espada de Jorge
puro reflexo

(V)
posso ler almas
pressinto
abismos precipícios
vôos suicidas
absintos
dores
sinto não queria
carrego as minhas
mais
não precisava
preciso
é o elo sensitivo sexto
o mais
aguçado dos nossos
mínimos
múltiplos comuns
sentidos

(IV)

26 de abr. de 2010

rosa-flor
floresceu sem cor

o vale declina

queixumes ecoam
signos

que a cidade baniu

planícies vazias
sem

a ilusão dos cumes

no vaso sobre a mesa
hidropônica flor

(III)
nômades
querubins sibilam

gregorianos cantos

sob picos nevados
pairam

e observam

matilhas
no inventário dos lobos

na disputa dos restos

(II)

24 de abr. de 2010

como criar
criar o que
tirar de onde
dizer o que
já tudo dito
tudo sentido
tudo tão velho
tão antigo

palavra nova
onde?
talvez
no sub solo
do ser
tão árido

...

23 de abr. de 2010

onde
a beleza
senão
nos olhos
que moram
no meio
da minha
cara
que mora
no alto
da minha
carne
a casa
onde moro

...

22 de abr. de 2010

claro
como todos os enigmas
te decifro
olha
nos meus olhos e tenta
me de_cifrar

...
quero ser leve
e simples

como uma folha
ou uma flor

quero um amor assim
- me sopra?
taturana caminha
sob a pele
que queima
- e coça
entre dor e delícia
o sentir se situa
é o bicho
- de fogo
preto no branco
os dias se repetem
no calendário
em frente
aos nossos olhos

vermelhos

domingos se destacam
festas
profanas e sacras
herege o tempo
ri de tudo e passa

...
quero um lugar
só meu
este lugar é aqui
este lugar nenhum
nenhum lugar
é onde
é onde não estou
neste lugar eu sou

...