3 de jun. de 2010

permeio entre mundos - e sub
deixo pedaços de mim por todo canto
trago pedaços de outros tantos
do mundo das formigas trago a terra na costas
do mundo das estrelas, o brilho nos olhos
do submundo o medo, a nóia, a faca
no meu pequeno mundo cabe o universo
onde em cacos me perco
e me refaço

Um comentário:

  1. Sempre que venho aqui, lembro-me de vir "sozinha", num certo "abandonar" do meu eu do lado de fora da porta, para chegar lenta e descalça de tudo que carrego.
    Porque sei que este espaço pede que se venha assim, com os pulmãos vazios, para que se consiga absorver toda sensação de se ser uma "concha extraviada" por si mesma no mundo.
    Teu blog, nesse modo que é a coisa mais linda de se dizer sensações no sentir a vida, lembra-me então tal expressão do Manoel de Barros. E me faz tão bem... Porque esse não ser alguém que acredita na beleza como desenhos coloridos com flores e borboletas de cera, também sou eu. Aqui a poesia sabe tocar a beleza até doer, no real sentir, a giz e carvão escrita, a qual só se encontra no mais profundo dos terrenos humanos, onde só pássaros e formigas e peixes sabem ir.

    Parabenizo-te por seres essa concha aberta e abraço-te.

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